No mês de junho de 2016 duas notícias me surpreenderam pela aberração jurídica que retratavam.
A primeira, publicada no O Globo, dizia “Janot pede prisão de Renan, Sarney e Juca por tentarem barrar Lava-Jato”.
A segunda, publicada da Folha de São Paulo, “Políticos do PMDB acertavam versões contra a Lava Jato, diz Janot”.
Passado mais de ano, agora a Polícia Federal diz que não houve obstrução.
Bem, a PF só disse o óbvio.
Na realidade, o que ocorreu no conchavo Janot/Sérgio Machado foi apenas uma patifaria jurídica.
Na época, sobre a publicação do O Globo, eu disse, no dia 07 de junho, no facebook, o seguinte:
“Não fale nada contra a lava-jato. Não manifeste sua opinião contra o Ministério Público Federal. Não imagine mudar uma lei, mesmo sendo parlamentar. Não aconselhe ninguém sobre meios de defesa. Não indique advogados a réus. Enfim, cale-se para sempre sobre a lava-jato ou vc poderá ser alvo de pedido de prisão.
Também não corra o risco de ser a favor da presunção de inocência.
Ah se os arquivos da ditadura falassem, como dizia Saulo Ramos.”
Já sobre a segunda, publicada na Folha, no dia 09 de junho, também no facebook, disse eu:
“Nem imagine se defender. Janot só deixa você participar do jogo processual, em liberdade, se ele ganhar por WO.
Já vi bem isso em O Processo (Kafka).
Os velhos advogados viram e sentiram isso no regime militar, também praticado por membros do ministério público.
O comportamento do Janot se explica, quiçá, porque ele tem formação anterior à Constituição de 88. O órgão acusador está impregnado na mente e coração de Janot.
A boca torta e cachimbo.”
Agora vejo que cometi apenas um erro em tudo que eu disse: não falei logo que não era obstrução, mas foi patifaria jurídica.