As ideias de Roberto Campos em 18 ‘pérolas’
Confira algumas das frases impagáveis criadas pelo diplomata, economista e político do País, em mais de 50 anos de vida pública
José Fucs
20 Abril 2017 | 17h37
As comemorações dos 100 anos de Roberto de Oliveira Campos (1917-2001), que ele teria completado no último dia 17, representam uma excelente oportunidade para resgatar as suas ideias em defesa do liberalismo e contra o comunismo, o socialismo e o esquerdismo de botequim.
Leia a reportagem especial sobre o centenário de Roberto Campos publicada pelo Estado
Nada melhor, para isso, do que lembrar algumas das ‘pérolas’ impagáveis que ele criou ao longo de mais de meio século de vida pública como diplomata, economista e político.
Confira a seguir 18 grandes frases criadas por Roberto Campos.
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Festival de ‘pérolas’
1 . “Segundo Marx, para acabar com os males do mundo, bastava distribuir. Foi fatal. Os socialistas nunca mais entenderam a escassez”
2. “Fui um bom profeta. Pelo menos, melhor que Marx. Ele previra o colapso do capitalismo; eu previ o contrário, o fracasso do socialismo”
3. “O bem que o Estado pode fazer é limitado; o mal, infinito. O que ele nos pode dar é sempre menos do que nos pode tirar”
4. “Uma vez criada a entidade burocrática, ela, como a matéria de Lavoisier, jamais se destrói, apenas se transforma”
5. “Continuamos a ser a colônia, um país não de cidadãos, mas de súditos, passivamente submetidos às ‘autoridades’ – a grande diferença, no fundo, é que antigamente a ‘autoridade’ era Lisboa. Hoje, é Brasília”
6. “Nossa Constituição é uma mistura de dicionário de utopias e regulamentação minuciosa do efêmero”
7. “O PT é um partido de trabalhadores que não trabalham, estudantes que não estudam e intelectuais que não pensam”
8. “A mágica agora é o denuncismo do ‘pega corrupto’. Esquecemos as razões profundas da corrupção, a falência múltipla do Estado, obsoleto, corporativo, ocupado por interesses espúrios, cuja ineficiência tem por maiores vítimas, os pobres e indefesos”
9. “O doce exercício de xingar os americanos em nome do nacionalismo nos exime de pesquisar as causas do subdesenvolvimento e permite a qualquer imbecil arrancar aplausos em comícios.”
10. “Nossas esquerdas não gostam dos pobres. Gostam mesmo é dos funcionários públicos. São estes que, gozando de estabilidade, fazem greves, votam no Lula, pagam contribuição para a CUT. Os pobres não fazem nada disso. São uns chatos”
11. “A primeira coisa a fazer no Brasil é abandonarmos a chupeta das utopias em favor da bigorna do realismo”
12. “Sou chamado a responder rotineiramente a duas perguntas. A primeira é ‘haverá saída para o Brasil?’. A segunda é ‘o que fazer?’. Respondo àquela dizendo que há três saídas: o aeroporto do Galeão, o de Cumbica e o liberalismo. A resposta à segunda pergunta é aprendermos de recentes experiências alheias”
13. “O mundo não será salvo pelos caridosos, mas pelos eficientes”
14. “Admitir o ‘liberalismo explícito’, num país de cultura dirigista, é coisa tão
esquisita como praticar sexo explícito em público. Não dá cadeia, mas gera
patrulhamento ideológico. A etiqueta de ‘socialista’ ou ‘centro-esquerda’ dá
um ar de respeitabilidade a qualquer patife ou imbecil, animais abundantes na
praça”
15. “O que certamente nunca houve no Brasil foi um choque liberal. […] O liberalismo econômico assim como o capitalismo não fracassaram na América Latina. Apenas não deram o ar de sua graça.”
16. “A melhor maneira de promover a eficiência no uso de recursos é a concorrência interna e externa. Donde ser a oposição à abertura econômica e à globalização – em nome do combate ao neoliberalismo – uma secreção de cabeças suicidas. Ou talvez, o perfume de flores assassinas que mesmerizam mosquitos ideológicos.”
17. “Todo mundo sabe que o dinheiro do governo é gasto para sustentar universidades ruins e grátis, para classes médias que podem pagar. Nada melhor. Garante comícios das UNEs da vida, ótima preparação para futuros políticos analfabetos”
18. “É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar – bons cachês em moeda forte, ausência de censura e consumismo burguês. São filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola”.