Nos idos de 2012 uma súcia decidiu que iria se adonar da Prefeitura de São Luís, mas tinha um problema: nenhum tinha cacife eleitoral para ser candidato.
A solução arquitetada foi encontrar uma cara nova, simpática, de discurso fácil e, para segurança dos idealizadores da empreitada eleitoral, que fosse, digamos, maleável. Eis que surgiu Edivaldo Holanda.
Montada a candidatura, providenciou-se o marketing para produzir as promessas a ser propaladas pelo candidato.
Terminada as eleições com a vitória da súcia, o marqueteiro levou embora as promessas que elaborou, o prefeito eleito tomou posse e os patronos da candidatura – os sem cacife eleitoral – assumiram os seus quinhões.
O Município de São Luís passou a ter os prefeitos de fato da comunicação, da saúde, da educação, das finanças, das obras etc. Com esse ato de fatiamento da gestão foi corrompida a vontade popular.
Inepto, num primeiro momento, o prefeito eleito e de direito imaginou que a ele teria restado tão-somente a condição de mero administrador do Palácio de La Ravardiere, já que os prefeitos de fato já estavam, por meio de terceiros, a comandar as estruturas da prefeitura. Aqui transparece a incompetência.
Mas ai alguém avisou ao prefeito de que também é função do prefeito pensar o futuro da cidade, em suma, realizar o planejamento, pensar as políticas e gestão públicas.
Tomado de surpresa e de preguiça, o prefeito Edivaldo Holanda decidiu renunciar à parte do mandato eletivo que a ele restou. Isso mesmo: contratou um tal de ISEC, pelo valor fabuloso de R$ 33.210.857,00, para este tal instituto contratar cidadãos da cidade São Luís para, dentre outras coisas, selecionar uma outra entidade para contratar pessoas para planejar o orçamento e ensinar aos cidadãos a fazer planejamento público e “participação da comunidade na definição das políticas públicas por meio do diagnóstico social de entidades e lideranças, cursos de capacitação e rodas de conversa”.
Tradução: o povo deu um mandato de prefeito para Edivaldo Holanda, a parte do mandato referente à execução dos orçamentos das secretárias ele renunciou para os prefeitos de fatos que idealizaram a candidatura dele e, a parte de planejamento, o prefeito contratou uma empresa pelo valor de R$ 33.210.857,00 para que esta empresa devolvesse ao povo a função de planejar o futuro da cidade.
Edivaldo Holanda nunca foi prefeito. Quem governou o município de São Luís nos últimos quatro anos foi a corrupção, a incompetência e a preguiça.
